O encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos confirma-se como um crime económico e social, com profundos prejuízos para a região e para o país, em mais um passo de destruição da capacidade produtiva no distrito, na região Norte e no país.
O anúncio recente de que a refinaria de Lítio não será na região, confirma que da parte da administração da Galp, do Governo e da Câmara Municipal de Matosinhos nunca houve uma real intenção de assegurar a manutenção de uma unidade produtiva nos terrenos de Leça da Palmeira. O que prevaleceu foi a intenção de dar a mão aos grupos económicos que beneficiaram de centenas de milhões com este encerramento, com o governo a abdicar da sua posição accionista na estrutura da Galp.
O momento que actualmente vivemos – onde é sobressai o brutal aumento do preço dos combustíveis, entre outros elementos que se traduzem num aumento incomportável do custo de vida – evidencia ainda mais o desastre que significa a aniquilação da capacidade produtiva de refinação com o encerramento da refinaria de Matosinhos, colocando-nos numa situação de maior dependência externa.
Este desenvolvimento a consumar-se não beneficia nem a região nem o país, traz naturalmente prejuízos para a nossa capacidade produtiva e até para a garantia de elementos de soberania produtiva da região e do país.
Da parte do PCP sempre nos opusemos ao encerramento da refinaria de Matosinhos, sempre defendemos a sua reabertura e a retoma da sua actividade produtiva e hoje reafirmamos essa posição.
A solução de “espaços tecnológicos”, serviços, hotéis (como está considerado) e (penso que até) habitação, além do tempo de demorará a concretizar-se (anos por causa da descontaminação dos solos, que pode ir até à década de 2030), está longe de responder às necessidades do distrito, da região e do país.
Porto, 20 de Abril de 2022
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP