Vila Nova de Gaia
Continuar a luta na defesa dos direitos dos trabalhadores e do Povo. Defender a Constituição da República Portuguesa
Os resultados das Eleições para o Parlamento Europeu traduzem uma inequívoca derrota dos países do Governo, PSD e CDS, ficando claro o “chumbo” às políticas de direita e ao Pacto de Agressão, assinado por PS, PSD e CDS, que saqueia rendimentos e direitos aos trabalhadores e ao Povo. O assinalável reforço da CDU (passando de 10,7% para 12,7%, subindo mais de 35.000 votos – ultrapassando os 415.000 – e aumentando o número de eleitos de 2 para 3) é factor de confiança e confirma a CDU como a força indispensável para a construção de uma verdadeira alternativa política (e não de alternância), patriótica e de esquerda, significando ainda uma clara afirmação da vontade popular e da sua força para tomar nas suas mãos a construção de um futuro melhor e mais digno.
À semelhança dos resultados nacionais, também em Vila Nova de Gaia a CDU obteve um significativo crescimento, passando de 9,6% para 11,6%, aumentando mais de 1.380 votos – fruto, também, da intervenção constante e coerente que o PCP e a CDU têm tido no concelho ao longo dos anos, ao qual se alia um contacto continuado e de proximidade à população e aos seus problemas.
Problemas que se avolumam de dia para dia, a começar pelos dramáticos números do desemprego. Mais de 32.350 desempregados no concelho, aos quais se somam quase 5.000 considerados como “ocupados” (muito provavelmente em Contratos Emprego-Inserção ou em formação), mantendo-se de fora os muitos milhares que, estando desempregados, não estão “inscritos” no Centro de Emprego e não recebem subsídio de desemprego ou qualquer outra prestação social. Aumenta o número de famílias com carências sociais profundas e a fome faz cada vez mais parte do quotidiano de muitas crianças (cuja única refeição, muitas vezes, é aquela fornecida na escola).
O concelho perdeu tecido produtivo de forma significativa. O seu comércio tradicional definha, resultado não só da perda de poder de compra, mas também, de sucessivos governos nacionais e locais que privilegiam as grandes superfícies e os grupos económicos da grande distribuição. Os serviços públicos e de proximidade são cada vez menos públicos e menos próximos: fim das Finanças dos Carvalhos (com responsabilidades repartidas entre PS, PSD e CDS), da Segurança Social de Olival, de inúmeros balcões e estações dos CTT por todo o concelho; extinção de freguesias, com o seu selo liquidatário de serviços públicos e de proximidade, conforme o PCP afirmou na altura e cujo anunciado encerramento da Extensão de Saúde da Afurada vem confirmar. Conforme denunciado anteriormente, os equipamentos de saúde de muitas freguesias, principalmente daquelas que foram alvo da Reforma Administrativa, correm o risco de fechar, anunciada que está, em alguns casos, a não substituição ou reforço, por parte do Ministério da Saúde, de profissionais da área. A extinção de freguesias veio permitir que, à “boleia” de novas realidades geográficas, se encerrem serviços públicos e de proximidade, abrindo-se também a preocupante possibilidade da sua entrega a privados. O PCP continua a não considerar o processo de extinção de freguesias como definitivo e usará os meios institucionais ao seu dispor para revogar este processo.
A este quadro soma-se ainda o desaparecimento de Escolas do 1º Ciclo, que também já denunciamos, e que repudiamos veementemente, considerando-o um ataque à Escola Pública e sabendo dos prejuízos daí decorrentes para as crianças e para os pais, além do incerto futuro dos profissionais das Escolas com fim anunciado.
As políticas em vigor e as que estão em carteira para serem implementadas, lesam fortemente a população e colocam em causa os seus direitos, consagrados na Constituição, pelo que o PCP exorta os gaienses a não se resignarem perante tamanhos atropelos aos seus direitos.
O PCP saúda a iniciativa de centenas de populares de Vilar de Andorinho que, na defesa dos seus interesses, elaboraram um abaixo-assinado contra o encerramento do posto da PSP na freguesia.
Depois de levada a luta até ao voto, a hora é de levar o voto até à luta, na rua. O PCP assinala a importância da Manifestação da CGTP-IN de 14 de Junho, no Porto, na defesa do emprego, de melhores salários e da contratação colectiva.
Será com a força e a vontade dos trabalhadores e do Povo, que se defenderão direitos laborais e sociais, se fará cumprir Abril e a Constituição da República Portuguesa, se exigirá a demissão do ilegítimo Governo PSD/CDS e a convocação de eleições legislativas antecipadas, se continuará a luta pela ruptura com as políticas de direita e se reivindicará uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
Vila Nova de Gaia, 15 de Junho de 2014
a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP