Em Dezembro de 2002 a Câmara de Vila do Conde anuncia o objectivo de proceder à privatização da exploração das redes de água e saneamento, numa clara assunção de incapacidade para resolver um problema que, fruto de um permanente subinvestimento, atingiu foros de escândalo, chegando o concelho a deter o valor mais baixo do Grande Porto no que respeita a população com abastecimento de água – 70% enquanto que, no respeitante a drenagem de águas residuais se quedava pelos 60%, ainda um dos valores mais baixos do Grande Porto sendo que apenas 10% usufruíam do tratamento das mesmas em ETAR.
No acto do anúncio o Sr. Presidente de Câmara que “Funcionários e consumidores não serão prejudicados”.
Das forças políticas representadas na Assembleia Municipal apenas CDU votou contra a privatização.
Fruto da contestação, nomeadamente de empresas interessadas na concessão (40 anos) que se sentiram preteridas, a passagem efectiva para a INDAQUA viria a efectuar-se apenas em Janeiro de 2009. Não obstante, o próprio município iniciou de imediato uma escalada no aumento dos preços que apenas nos últimos 5 anos se traduziu num crescimento superior a 65%.
Isto verifica-se num dos Concelhos com menor poder de compra do Distrito, com uma elevada taxa de desemprego, que oficialmente se cifra em 15% (tendo aumentado no decurso do último ano 32%) que, para cúmulo dos seus já muitos males, se defronta com a ameaça de portajamento de uma via rodoviária fundamental, para a qual não existe alternativa, o IC1 –A/28.
Infelizmente, para a população, com a assunção da gestão das redes de água e saneamento, a INDAQUA vem-se demonstrando pouco sensível aos graves problemas sociais que o Concelho atravessa, procedendo apenas no prazo de um ano por três vezes à cobrança dupla de consumos apenas no período de um mês, o que, naturalmente, tem merecido forte contestação da população que se confronta já com uma muito difícil situação económica e social. Tudo isto perante a passividade da autarquia, afinal a principal responsável pela situação a que está a ser sujeita a população de Vila do Conde.
Face a tais factos não podia a Comissão Concelhia de Vila do Conde do PCP-Partido Comunista Português de fazer a pública denúncia de uma situação que pode mesmo vir a agravar-se a breve prazo.
Exemplo de um consumo doméstico médio de 13m3 mensais
Regulamento dos serviços públicos de abastecimento de água e saneamento do concelho de Vila do Conde