Sub-região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega
Autoridade Florestal Nacional negligencia gravemente os seus deveres
Após o encontro com os trabalhadores ficou clara a escandalosa negligência da recém criada Autoridade Florestal Nacional (AFN) para com os seus trabalhadores e para com a sua missão de regular e desenvolver o sector florestal nacional.
No que concerne à situação dos 42 trabalhadores da Unidade de Gestão Florestal do Tâmega em mobilidade especial, a AFN procedeu à sua selecção de forma irresponsável e sem fundamento.
Apesar da AFN alegar ter procedido de forma a possibilitar a manutenção das funções anteriormente asseguradas pela extinta Direcção Geral de Recursos Florestais, a selecção dos trabalhadores a “mandar para a prateleira” foi feita sem ouvir os departamentos regionais e com base em classificações profissionais dos trabalhadores que não correspondem à realidade (dá-se como exemplo o caso de trabalhadores que são escolhidos dado a sua categoria profissional corresponder à lista de profissões a extinguir, quando na realidade desempenham há vários anos outras funções).
De notar que quase todos os trabalhadores têm pendentes pedidos de reajuste da sua classificação profissional…
No que diz respeito à manutenção de serviços públicos únicos e valiosos para o país, a AFN comporta-se de forma irresponsável, pondo em causa instalações tão importantes como o Centro Nacional de Sementes Florestais (CENASEF) ou como o Viveiro de Trutas do Marão, que neste momento estão parados devido a falta de pessoal essencial para o seu funcionamento.
Trata-se do abandono de instalações vitais para o desenvolvimento nacional!
O CENASEF é a única fonte de sementes de espécies florestais autóctones, sem ele Portugal ficará sujeito a ter que recorrer à importação de espécies do estrangeiro não adaptadas à região. É também uma questão de soberania nacional!
O viveiro de trutas do Marão, ficará como tudo indica, entregue a 3 trabalhadores não especializados que irão tentar substituir os 5 trabalhadores do viveiro que foram para mobilidade especial. Esta “solução” meramente paliativa, irá apenas adiar o inevitável, que é a perda dos animais lá existentes e, dada a sua localização no meio da serra, a pilhagem e vandalização dos materiais lá existentes (ainda recentemente foram investidos centenas de milhares de euros nestas instalações).
Esta atitude insere-se no ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores da Administração Pública que está a ser levado a cabo por este Governo PS/Sócrates, sendo reveladora de um claro desprezo pelas expectativas dos trabalhadores bem como da cada vez maior desresponsabilização do Estado, que pretendendo preparar a entrega a privados de sectores chave da sociedade portuguesa, compromete o futuro do país.
O PCP irá, através dos seus deputados na Assembleia da República lutar contra esta política injusta e, neste caso em apreço, grosseiramente negligente.
Penafiel, 31 de Dezembro de 2008
A Organização Sub-Regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do PCP