Greve Geral

Superior forma de luta dos trabalhadores, a greve geral surge apenas em alturas e circunstâncias especiais e quando o mundo do trabalho constata que as suas justas reivindicações, face a políticas e medidas anti laborais levadas a cabo pelo governo com o pleno apoio do grande patronato, encontram continuamente respostas negativas e verificando até o agravamento dessas mesmas políticas.
É a exploração da grande maioria da população por uma minoria, todos os dias a acumular fortunas, aquilo que se verifica hoje no nosso País e, curiosamente, com a batuta nas mãos dum governo dito socialista, o qual continua cegamente a querer incutir-nos a ideia de que somos nós a não vermos que “estamos no bom caminho”.
Isto, mesmo depois do protesto de 12 de Outubro do passado ano, das manifestações de 2 de Março passado e também de 28 do mesmo mês de jovens trabalhadores, lutas que envolveram centenas de milhares de trabalhadores dos mais variados sectores de actividade, os quais não se conformam com o desemprego, o trabalho sem direitos, a precariedade, a flexigurança, os baixos salários, a reforma negativa da Administração Pública e também o desprezo pelo texto da nossa Constituição, nas áreas da Saúde e da Educação, entre outras.
O governo, no entanto, para além de usar e abusar do seu bem organizado “marketing político”, conta também com a “bengala” de alguns intitulados defensores dos direitos dos trabalhadores, cujo expoente máximo e secretário-geral da UGT, a perguntas dum jornalista sobre a justificação e resultados de anteriores movimentos grevistas tem o desplante de dizer que essas greves tiveram razão de ser e o governo até alterou “alguns” procedimentos, que hoje a reforma da Administração Pública coloca uma ameaça aos postos de trabalho, pois não existem critérios ou são arbitrários e o próprio ministro demitiu-se da reestruturação, que tem havido erros graves na maneira como está a ser conduzida a modernização, que Portugal e Espanha são os países com maior precariedade na Europa, que não é difícil aos empregadores despedir, etc., etc., etc., mas que a greve geral não vai alterar nada.
Dito por outra palavras, as condições do mundo laboral pioram dia a dia, o governo continua e agrava as políticas seguidas até agora, não atende as justas reivindicações dos trabalhadores e da população em geral, mas a greve, como direito fundamental garantido na Constituição, essa não, esse direito não deve ser exercido. É o descaramento total.
São, portanto, muitas e graves as razões que levam a CGTP-IN, após ponderada e lúcida apreciação, a convocar a greve geral, cumprindo-nos, a nós, colectivo partidário, um total empenhamento na ajuda e contribuição para o êxito desta importante tarefa do momento.

22/06/2007
Manuel Vilas Boas
Comissão Concelhia de Baião do PCP