No passado domingo, cerca de mil pessoas participaram na 21ª edição do Passeio das Mulheres CDU/Porto, que este ano teve lugar na Praia Fluvial Olhos de Fervença, no concelho de Cantanhede. Mais uma vez, esta iniciativa foi uma grande festa que juntou amigos e activistas da CDU num alegre convívio, que já se transformou numa referência da actividade da Organização Regional do Porto. Foi com uma grande alegria e entusiasmo que os participantes receberam o Secretário-Geral do PCP.
No comício de encerramento, Ana Regina Vieira, membro da Direcção da Cidade do Porto do PCP e do Grupo de Trabalho das Mulheres CDU/Porto, saudou os participantes e valorizou “esta iniciativa única no nosso colectivo partidário, que continua a afirmar-se como uma grande iniciativa de massas envolvendo cada vez mais participantes, fazendo jus a canção ”traz um amigo também”, e reflecte bem o nosso carácter profundamente popular e unitário, já que muitos dos participantes não tendo qualquer ligação ao PCP ou à CDU, comemoram connosco mais um ano de resistência e luta contra o aumento do custo de vida e o descalabro nas políticas sociais.”De seguida, Rui Sá, membro do Comité Central e Vereador na Câmara Municipal do Porto, abordou as graves consequência sociais que as políticas da Coligação PSD/CDS que governa o município do Porto têm do tido, sobretudo junto da população mais desfavorecida. Rui Sá desenvolveu o tema da “ilhas de habitação”, que ainda continuam a abundar no Porto, sem exista um plano municipal de erradicação e de alojamento condigno das pessoas que vivem nestas habitações em condições de insalubridade. Por outro lado, outro assunto destacado pelo autarca comunista foram os aumentos ilegais das rendas cobradas aos inquilinos dos bairros municipais, que em muitos casos foram de 200, 300 e 500%, feitos sem respeitar os regulamentos municipais em vigor. Caracterizando a forma de gestão do município por Rui Rio e pela Coligação PSD/CDS, Rui Sá destacou a continuada afronta ao cumprimento dos direitos dos eleitos da oposição e dos munícipes, num quadro de desrespeito pelos princípios democráticos de liberdade de expressão e de liberdade de propaganda política.
O Secretário – Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, privilegiou na sua intervenção a abordagem do agravamento das injustiças sociais decorrentes da concertação PS, PSD e CDS. “É ver o PSD, que anda aí sempre num sentido crítico ao PS, que lhe dá bordoada em relação à política do Governo, mas naquilo que é central e fundamental lá estão eles a juntarem os trapinhos, a negociarem, a entenderem-se para aprovarem medidas contra o povo e contra o país”, sublinhou.
Jerónimo de Sousa acusou ainda o Presidente da República de “derramar lágrimas de crocodilo” ao defender o investimento no sector do mar. “Quem destruiu a marinha mercante, a frota pesqueira, a indústria naval, foi nos tempos dos governos do PS mas também de Cavaco Silva, o que leva à situação que temos hoje”, sustentou. Para o líder do PCP, “o mar não fugiu, o mar está lá com todos os recursos”, mas Portugal não tem é instrumentos para o desenvolvimento da economia do mar.
Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, recordou igualmente a convergência de posições entre o PSD e o PS relativamente às medidas adicionais do PEC e mais recentemente em relação às SCUT, que diz irem afetar ainda mais as populações desfavorecidas, e regiões de baixo desenvolvimento, como são as do Norte e interior.
“Na região Norte há muitos concelhos em que o nível de desenvolvimento económico é baixo, o desemprego alto, o investimento no sector económico baixo, e com a portagem nas SCUT vai significar mais dificuldades para as pessoas e também mais retracção das actividades económicas”, observou.
Sobre as medidas adicionais do PEC disse que “não têm uma única medida, uma ideia, uma estratégia para este país, um país que assiste à destruição do seu aparelho produtivo, da sua produção nacional”.
Na sua perspectiva, se Portugal tem hoje “um défice agro alimentar brutal” isso resulta das políticas do PSD e do PS, que “destruíram as explorações agrícolas familiares” e “as condições, a montante e a jusante, para que o mar fosse um sector fundamental”.