A CDU – Coligação Democrática / Cidade do Porto realizou, quarta-feira, dia 30 de Novembro, uma Acão em Defesa da Estação de S. Bento, em frente a este símbolo icónico da cidade do Porto. Na razão desta Acão, na qual estiveram mais de 100 pessoas, está a intenção do Governo PS e do seu Ministério do Planeamento e Infraestruturas, conjuntamente com a empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP), em transformar a Estação de S. Bento naquilo que segundo o Vereador da CDU na Câmara Municipal do Porto (CMP), Pedro Carvalho poderá vir a ser um “centro comercial”.
O eleito comunista afirmou ainda que ao invés de a CMP dar “seguimento a uma proposta da CDU aprovada em reunião de câmara para reabilitar as ruas em redor da Estação, a maioria CDS e PS que suporta Rui Moreira decidiu meter esta proposta na gaveta”. Pedro Carvalho afirmou que Rui Moreira e a coligação que o suporta estão resignados perante a perigosa dinâmica que está a transformar o Porto numa cidade descaracterizada em favor de grandes grupos económicos”. Acrescentou ainda que “o Centro Histórico está a ficar deserto de portuenses”, enquadrando a intenção da IP em inserir nesta Estação num aglomerado de unidades de grandes grupos internacionais dos ramos da restauração e hotelaria no processo em curso de elitização do acesso à habitação na cidade do Porto.
Nesta iniciativa da CDU participou também Jorge Machado, deputado do PCP na Assembleia da República, que lembrou que o grupo parlamentar comunista questionou já o Ministério acerca das suas reais intenções. O deputado disse ainda que “o PCP e a CDU estão preocupados com o futuro da Estação de S. Bento com o risco que esta corre em deixar de servir os seus utentes na finalidade à qual é sua função de transportes públicos. Nós tudo faremos para que este processo seja interrompido”, incentivando à participação da população em torno desta causa, acusando tanto o governo que não houve discussão pública, exigindo que esta se inicie.
Além dos eleitos do PCP e da CDU, participaram também nas intervenções Rosa Soares, trabalhadora da CP e dirigente sindical e o maestro Borges Coelho. Ambos criticaram o facto de a intenção das IP ser de descaracterização da Estação, com Rosa Soares a afirmar que o que os ferroviários querem é que a “estação seja reabilitada, mas ao serviço das populações, de quem aqui trabalha e utiliza no seu dia-a-dia”, lembrando que, apesar das necessidades, a Estação nunca teve intervenções de melhoramento e reabilitação, “à excepção dos azuleijos pintados no hall de entrada”. O maestro, num tom mais poético, mas crítico, lembrou que é “necessário que S. Bento cumpra o seu papel”.