Foi com esta frase entusiástica que a Câmara Municipal de Matosinhos inaugurou o texto que dava conta da viagem inaugural do transporte ferroviário de passageiros que decorreu há quatro anos atrás, precisamente no dia 9 de Setembro, pelas 11 horas, após uma sessão que decorreu no Centro Cultural de Leça do Balio e que juntou a Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e o Presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto.
Nessa altura, muitos argumentos se esgrimiram para reabrir a linha de Leixões a passageiros, reivindicação de mais de vinte anos da CDU:
«a inauguração novo serviço ferroviário de passageiros da Linha de Leixões decorreu no momento exacto para servir as populações na abertura do ano escolar 2009/2010»; «ao serviço dos passageiros, os comboios vão circular entre as estações de Ermesinde e Leça do Balio, com paragem em São Gemil e S. Mamede de Infesta (…) percurso que demora cerca de 16 minutos e que se estima que irá servir cerca de 2,9 milhões de pessoas por ano»
Muito champanhe na inauguração: «o Presidente da Câmara, Guilherme Pinto, mostrou-se visivelmente satisfeito com a reactivação da Linha de Leixões que vai aumentar ainda mais a mobilidade no interior do concelho, bem como do concelho para outras áreas da Área Metropolitana do Porto».
Muitas promessas: «a curto prazo, esta linha deverá ser estendida até Leixões, estando também prevista a ligação da mesma a Campanhã e a respectiva integração no Andante».
Muitas mais promessas: «a abertura ao público do serviço ferroviário de passageiros decorreu também num timing particularmente feliz para o concelho de Matosinhos, em particular para a freguesia de Leça do Balio, que recebe entre os dias 10 e 13 de Setembro a Feira Medieval – Os Hospitalários no Caminho de Santiago, um evento que atrai anualmente milhares de visitantes e que tem como principal objectivo promover os Caminhos de Santiago no Concelho de Matosinhos, bem como divulgar o Mosteiro de Leça do Balio, um dos monumentos mais emblemáticos do Norte de Portugal, através da recriação da época medieval, com os seus costumes, tradições e vivências. Este ano, os visitantes poderão optar pelo comboio evitando as dificuldades de estacionamento ou os constrangimentos de trânsito inerentes a eventos com um vasto público como este».
Depois das promessas: «a viagem inaugural entre Leça do Balio e Ermesinde, com paragens nas estações de s. Mamede de Infesta e Sangemil e regresso a Leça do Balio (…) uma viagem com lotação praticamente esgotada uma vez que foram muitos os cidadãos que fizeram questão de se associarem a este momento».
LINHA DE LEIXÕES, EXPECTATIVAS DEFRAUDADAS, DINHEIROS DESPERDIÇADOS, INCOMPETÊNCIA E IRRESPONSABILIDADE
Na sua saga de liquidação do transporte público, incluindo o ferroviário, o Governo anunciou várias medidas, entre as quais o encerramento da Linha de Leixões ao transporte de passageiros. Apresentou como justificação para tal decisão que os comboios só transportam três utentes por viagem.
Não disse, contudo, num comportamento de absoluta desonestidade, as razões que levam a que tal aconteça.
· Devia ter dito que estudos feitos pela CP, em 2004, estimavam que, quando todas as condições estivessem criadas, viriam a ser transportadas entre 21 mil e 31 mil pessoas por dia, sendo esse número revisto, no ano passado, para 2,9 milhões.
· Devia, igualmente, ter dito que do projecto anunciado apenas foi implementado o trajecto entre São Gemil (Maia) e S. Mamede de Infesta, sem que fossem criadas outras paragens.
O resultado obtido não podia ser muito diferente.
Não foram criadas as condições para serem servidos grandes aglomerados populacionais, tais como Pedrouços, Águas Santas ou o pólo da Asprela, este a abranger o Centro Escolar, o Hospital de S. João e o IPO e zonas industriais, casos da Arroteia e Guifões.
Não foram construídas as estações ou paragens necessárias.
Não foi feito o prolongamento até Matosinhos.
Não foram concretizadas as potencialidades previstas de ligação a outros meios de transporte, como o metro no Hospital S. João ou no términus em Matosinhos, as carreiras da STCP e outras linhas de caminho-de-ferro, casos das do Douro e Minho.
Muito ficou por fazer, embora muito tivesse sido gasto, em electrificação e duplicação da via, para viabilizar o transporte de passageiros na Linha de Leixões.
Só que se deixou o processo incompleto e, agora e mais uma vez, milhões de euros serão desperdiçados por incompetência e irresponsabilidade do Governo.
E não pode deixar de se recordar a inauguração da linha de Ermesinde a Leça do Balio, ocorrida, com grande pompa, em Setembro do ano passado, nas vésperas das eleições legislativas e autárquicas, com a participação de Ana Paula Vitorino, então Secretária de Estado e candidata a deputada da AR pelo distrito do Porto, e Guilherme Pinto, candidato a Presidente da Câmara de Matosinhos num processo, como todos se recordam, bastante atribulado.
Nessa cerimónia, que hoje se pode confirmar de verdadeira propaganda eleitoralista e que os tempos mostram ter sido mais um embuste, foi reafirmado que tudo o que estava previsto iria ser concretizado e, alguns dos aspectos mais importantes, como a construção dos apeadeiros da Arroteia e Hospital de S. João, seriam construídos até Junho deste ano.
Mas tudo o tempo levou. E mais uma vez esta região e o distrito do Porto foram penalizados pelo Governo que tem na discriminação, em termos de investimento público, uma das suas imagens de marca, com consequências económicas e sociais cada vez mais dramáticas e visíveis.
Enquanto isto acontece, a Autoridade Metropolitana de Transportes que poderia, e deveria, dinamizar as potencialidades existentes em termos de um melhor aproveitamento dos transportes existentes, públicos e privados, permaneceu indiferente a esta decisão do Governo. Será que existe para avalizar o que este decide, mesmo que afronte a racionalidade e os interesses da população da área geográfica que devia ser a sua principal preocupação em termos de serviço?
E sendo que os concelhos de Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto e Valongo são, directamente, atingidos por esta medida e, também, toda a área metropolitana pela perda de um importante meio de transporte, como compreender o silêncio da Junta Metropolitana do Porto, uma vez mais passiva e incapaz de defender os interesses da economia e do bem-estar da população?
EXIGIMOS SOLUÇÕES E NÃO ESPECTÁCULO – MAIS RESPEITO PELAS POPULAÇÕES
A CDU renova o seu compromisso intermunicipal:
Abertura da Linha de Leixões a passageiros como um elemento central da rede de transportes metropolitanos;
Estabelecer uma ligação da Linha de Leixões com a Linha Amarela do Metro do Porto, criando uma nova centralidade no Polo da Asprela;
Realização dos investimentos de construção das estações e de ampliação da linha até ao seu destino (Porto de Leixões);
Integração na rede intermodal de transportes metropolitanos.
S. Mamede de Infesta, 29 de Agosto de 2013
Candidatos da CDU às Câmaras Municipais de Maia – Matosinhos – Porto – Valongo-Gondomar
Foi com esta frase entusiástica que a Câmara Municipal de Matosinhos inaugurou o texto que dava conta da viagem inaugural do transporte ferroviário de passageiros que decorreu há quatro anos atrás, precisamente no dia 9 de Setembro, pelas 11 horas, após uma sessão que decorreu no Centro Cultural de Leça do Balio e que juntou a Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e o Presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto.Nessa altura, muitos argumentos se esgrimiram para reabrir a linha de Leixões a passageiros, reivindicação de mais de vinte anos da CDU:
«a inauguração novo serviço ferroviário de passageiros da Linha de Leixões decorreu no momento exacto para servir as populações na abertura do ano escolar 2009/2010»; «ao serviço dos passageiros, os comboios vão circular entre as estações de Ermesinde e Leça do Balio, com paragem em São Gemil e S. Mamede de Infesta (…) percurso que demora cerca de 16 minutos e que se estima que irá servir cerca de 2,9 milhões de pessoas por ano»Muito champanhe na inauguração: «o Presidente da Câmara, Guilherme Pinto, mostrou-se visivelmente satisfeito com a reactivação da Linha de Leixões que vai aumentar ainda mais a mobilidade no interior do concelho, bem como do concelho para outras áreas da Área Metropolitana do Porto».
Muitas promessas: «a curto prazo, esta linha deverá ser estendida até Leixões, estando também prevista a ligação da mesma a Campanhã e a respectiva integração no Andante».
Muitas mais promessas: «a abertura ao público do serviço ferroviário de passageiros decorreu também num timing particularmente feliz para o concelho de Matosinhos, em particular para a freguesia de Leça do Balio, que recebe entre os dias 10 e 13 de Setembro a Feira Medieval – Os Hospitalários no Caminho de Santiago, um evento que atrai anualmente milhares de visitantes e que tem como principal objectivo promover os Caminhos de Santiago no Concelho de Matosinhos, bem como divulgar o Mosteiro de Leça do Balio, um dos monumentos mais emblemáticos do Norte de Portugal, através da recriação da época medieval, com os seus costumes, tradições e vivências. Este ano, os visitantes poderão optar pelo comboio evitando as dificuldades de estacionamento ou os constrangimentos de trânsito inerentes a eventos com um vasto público como este».
Depois das promessas: «a viagem inaugural entre Leça do Balio e Ermesinde, com paragens nas estações de s. Mamede de Infesta e Sangemil e regresso a Leça do Balio (…) uma viagem com lotação praticamente esgotada uma vez que foram muitos os cidadãos que fizeram questão de se associarem a este momento».
LINHA DE LEIXÕES, EXPECTATIVAS DEFRAUDADAS, DINHEIROS DESPERDIÇADOS, INCOMPETÊNCIA E IRRESPONSABILIDADE
Na sua saga de liquidação do transporte público, incluindo o ferroviário, o Governo anunciou várias medidas, entre as quais o encerramento da Linha de Leixões ao transporte de passageiros. Apresentou como justificação para tal decisão que os comboios só transportam três utentes por viagem.Não disse, contudo, num comportamento de absoluta desonestidade, as razões que levam a que tal aconteça.
· Devia ter dito que estudos feitos pela CP, em 2004, estimavam que, quando todas as condições estivessem criadas, viriam a ser transportadas entre 21 mil e 31 mil pessoas por dia, sendo esse número revisto, no ano passado, para 2,9 milhões.
· Devia, igualmente, ter dito que do projecto anunciado apenas foi implementado o trajecto entre São Gemil (Maia) e S. Mamede de Infesta, sem que fossem criadas outras paragens.
O resultado obtido não podia ser muito diferente.
Não foram criadas as condições para serem servidos grandes aglomerados populacionais, tais como Pedrouços, Águas Santas ou o pólo da Asprela, este a abranger o Centro Escolar, o Hospital de S. João e o IPO e zonas industriais, casos da Arroteia e Guifões.
Não foram construídas as estações ou paragens necessárias.
Não foi feito o prolongamento até Matosinhos.
Não foram concretizadas as potencialidades previstas de ligação a outros meios de transporte, como o metro no Hospital S. João ou no términus em Matosinhos, as carreiras da STCP e outras linhas de caminho-de-ferro, casos das do Douro e Minho.
Muito ficou por fazer, embora muito tivesse sido gasto, em electrificação e duplicação da via, para viabilizar o transporte de passageiros na Linha de Leixões.Só que se deixou o processo incompleto e, agora e mais uma vez, milhões de euros serão desperdiçados por incompetência e irresponsabilidade do Governo.E não pode deixar de se recordar a inauguração da linha de Ermesinde a Leça do Balio, ocorrida, com grande pompa, em Setembro do ano passado, nas vésperas das eleições legislativas e autárquicas, com a participação de Ana Paula Vitorino, então Secretária de Estado e candidata a deputada da AR pelo distrito do Porto, e Guilherme Pinto, candidato a Presidente da Câmara de Matosinhos num processo, como todos se recordam, bastante atribulado.
Nessa cerimónia, que hoje se pode confirmar de verdadeira propaganda eleitoralista e que os tempos mostram ter sido mais um embuste, foi reafirmado que tudo o que estava previsto iria ser concretizado e, alguns dos aspectos mais importantes, como a construção dos apeadeiros da Arroteia e Hospital de S. João, seriam construídos até Junho deste ano.
Mas tudo o tempo levou. E mais uma vez esta região e o distrito do Porto foram penalizados pelo Governo que tem na discriminação, em termos de investimento público, uma das suas imagens de marca, com consequências económicas e sociais cada vez mais dramáticas e visíveis.
Enquanto isto acontece, a Autoridade Metropolitana de Transportes que poderia, e deveria, dinamizar as potencialidades existentes em termos de um melhor aproveitamento dos transportes existentes, públicos e privados, permaneceu indiferente a esta decisão do Governo. Será que existe para avalizar o que este decide, mesmo que afronte a racionalidade e os interesses da população da área geográfica que devia ser a sua principal preocupação em termos de serviço?E sendo que os concelhos de Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto e Valongo são, directamente, atingidos por esta medida e, também, toda a área metropolitana pela perda de um importante meio de transporte, como compreender o silêncio da Junta Metropolitana do Porto, uma vez mais passiva e incapaz de defender os interesses da economia e do bem-estar da população?
EXIGIMOS SOLUÇÕES E NÃO ESPECTÁCULO – MAIS RESPEITO PELAS POPULAÇÕES
A CDU renova o seu compromisso intermunicipal:
- Abertura da Linha de Leixões a passageiros como um elemento central da rede de transportes metropolitanos;
- Estabelecer uma ligação da Linha de Leixões com a Linha Amarela do Metro do Porto, criando uma nova centralidade no Polo da Asprela;
- Realização dos investimentos de construção das estações e de ampliação da linha até ao seu destino (Porto de Leixões);
- Integração na rede intermodal de transportes metropolitanos.
S. Mamede de Infesta, 29 de Agosto de 2013
Candidatos da CDU às Câmaras Municipais de Maia – Matosinhos – Porto – Valongo-Gondomar