A recente Cimeira Luso-Espanhola discutiu a ligação ferroviária Porto-Vigo tendo concluído aquilo que é uma evidência para toda esta região. Trata-se de uma linha obsoleta, um tempo de percurso com duração de cerca de três horas e meia, carruagens com dezenas de anos e sem condições para o transporte de passageiros, em suma uma via de comunicação atractivamente nula.
Foi constatada essa evidência mas as medidas anunciadas estão longe de corresponder ao que as potencialidades desta região há muito reclamam.
As expectativas saíram assim goradas, foram desprezados todos os estudos desenvolvidos e abandonados os objectivos definidos ao longo dos anos.
A linha Porto-Vigo chegou a ser considerada uma das prioridades no projecto europeu da rede de alta velocidade tendo garantido um importante financiamento comunitário no âmbito dos fundos de coesão e da linha específica de financiamento às redes transeuropeias.
De uma linha que constituía uma prioridade europeia, para o país e, fundamentalmente, para esta região, uma região sempre descriminada negativamente pelos sucessivos governos e a viver uma crise económica e social cada vez mais profunda, passou para uma linha em que as alterações agora propostas desvirtuam os objectivos definidos durante muitos anos e constituem soluções de escasso âmbito.
De imediato, haverá uma redução do tempo de percurso já que a ligação Porto-Vigo será directa, isto é, sem qualquer paragem intermédia. Mas isto também quer dizer que importantes centros populacionais e económicos desta região serão excluídos da utilização deste meio de transporte.
Segundo as notícias vindas a público, a evolução será feita até 2016 tendo como objectivo atingir-se uma ligação tipo Intercidades.
Trata-se de um objectivo de muito pouca ambição e visão, incapaz de rentabilizar todas as potencialidades e de servir as reais necessidades da região e do país.
A linha Porto-Vigo, além da sua modernização e electrificação e da sua dotação com carruagens atractivas e confortáveis, precisa imperiosamente de integrar a rede de bitola europeia. Esta alteração torna-se tanto mais importante quando a Espanha está a fazer a migração da bitola ibérica para esta bitola, pelo que esta região corre o sério risco de ficar isolada em termos de ligações ferroviárias ao resto da Europa.
Mas também considerar-se como única utilização o transporte de passageiros é escasso já que a ligação aos pólos de desenvolvimento e a vertente de transporte de mercadorias deveria ser contemplada.
Esta região tem duas importantes infra-estruturas, o Aeroporto do Porto e o Porto de Leixões, cujo aproveitamento assume grande importância para o seu desenvolvimento. A solução anunciada não dá resposta a esta realidade e exigência.
Os fundos comunitários disponíveis no QREN para a modernização da linha Porto-Vigo foram negligentemente desaproveitados, pelo que, o próximo QREN 2014-2020 poderia constituir uma nova oportunidade o que caso não se concretize se insere numa lógica de que os grandes investimentos são incompatíveis com esta região.
As consequências desta política discriminatória estão à vista: uma regressão económica e social mais acentuada e o contínuo desprezo das potencialidades existentes.
A decisão tomada na Cimeira Luso-Espanhola pretendeu arrumar o assunto sem que o problema de fundo seja resolvido.
A DORP do PCP denuncia esta menorização da importância da ligação Porto-Vigo para o desenvolvimento da região e para a dinamização da sua economia, protesta contra mais este acto de discriminação negativa e reclama a revisão da decisão tomada.
21.Maio.2013
A DORP do PCP
A recente Cimeira Luso-Espanhola discutiu a ligação ferroviária Porto-Vigo tendo concluído aquilo que é uma evidência para toda esta região. Trata-se de uma linha obsoleta, um tempo de percurso com duração de cerca de três horas e meia, carruagens com dezenas de anos e sem condições para o transporte de passageiros, em suma uma via de comunicação atractivamente nula.Foi constatada essa evidência mas as medidas anunciadas estão longe de corresponder ao que as potencialidades desta região há muito reclamam.As expectativas saíram assim goradas, foram desprezados todos os estudos desenvolvidos e abandonados os objectivos definidos ao longo dos anos.
A linha Porto-Vigo chegou a ser considerada uma das prioridades no projecto europeu da rede de alta velocidade tendo garantido um importante financiamento comunitário no âmbito dos fundos de coesão e da linha específica de financiamento às redes transeuropeias.
De uma linha que constituía uma prioridade europeia, para o país e, fundamentalmente, para esta região, uma região sempre descriminada negativamente pelos sucessivos governos e a viver uma crise económica e social cada vez mais profunda, passou para uma linha em que as alterações agora propostas desvirtuam os objectivos definidos durante muitos anos e constituem soluções de escasso âmbito.
De imediato, haverá uma redução do tempo de percurso já que a ligação Porto-Vigo será directa, isto é, sem qualquer paragem intermédia. Mas isto também quer dizer que importantes centros populacionais e económicos desta região serão excluídos da utilização deste meio de transporte.
Segundo as notícias vindas a público, a evolução será feita até 2016 tendo como objectivo atingir-se uma ligação tipo Intercidades. Trata-se de um objectivo de muito pouca ambição e visão, incapaz de rentabilizar todas as potencialidades e de servir as reais necessidades da região e do país.
A linha Porto-Vigo, além da sua modernização e electrificação e da sua dotação com carruagens atractivas e confortáveis, precisa imperiosamente de integrar a rede de bitola europeia. Esta alteração torna-se tanto mais importante quando a Espanha está a fazer a migração da bitola ibérica para esta bitola, pelo que esta região corre o sério risco de ficar isolada em termos de ligações ferroviárias ao resto da Europa.
Mas também considerar-se como única utilização o transporte de passageiros é escasso já que a ligação aos pólos de desenvolvimento e a vertente de transporte de mercadorias deveria ser contemplada.
Esta região tem duas importantes infra-estruturas, o Aeroporto do Porto e o Porto de Leixões, cujo aproveitamento assume grande importância para o seu desenvolvimento. A solução anunciada não dá resposta a esta realidade e exigência.
Os fundos comunitários disponíveis no QREN para a modernização da linha Porto-Vigo foram negligentemente desaproveitados, pelo que, o próximo QREN 2014-2020 poderia constituir uma nova oportunidade o que caso não se concretize se insere numa lógica de que os grandes investimentos são incompatíveis com esta região.
As consequências desta política discriminatória estão à vista: uma regressão económica e social mais acentuada e o contínuo desprezo das potencialidades existentes.
A decisão tomada na Cimeira Luso-Espanhola pretendeu arrumar o assunto sem que o problema de fundo seja resolvido.
A DORP do PCP denuncia esta menorização da importância da ligação Porto-Vigo para o desenvolvimento da região e para a dinamização da sua economia, protesta contra mais este acto de discriminação negativa e reclama a revisão da decisão tomada.
21.Maio.2013
A DORP do PCP