Após anos de preparação e meses de adiamento, assinala-se hoje a primeira semana de funcionamento da rede metropolitana de transporte rodoviário (UNIR).
Se ninguém duvidava que o serviço teria alguns problemas na fase inicial, a realidade supera muito as piores expectativas: carreiras suprimidas, percursos alterados, horários modificados ou suprimidos, ausência de informação, tempos de espera que chegam às 2 horas, utentes forçados a recorrer ao serviço de táxi ou ao transporte pessoal, motoristas com jornadas de trabalho de 12 horas e sem formação adequada ao serviço.
A situação comprova uma inegável incompetência cuja responsabilidade é das Câmaras Municipais e da Área Metropolitana do Porto, que está a infernizar a vida dos utentes.
A situação comprova também que os presidentes de Câmara mentiram aos utentes quando anunciaram uma solução que reforçaria a mobilidade com mais carreiras, mais horários e percursos alargados.
A situação comprova ainda que foi errada a opção por recorrer a operadores privados em vez de trabalhar no alargamento progressivo da STCP aos restantes concelhos da Área Metropolitana, como o PCP sempre defendeu.
Mais do que constatar o resultado da incompetência de quem gere os transportes nas Câmaras e na Área Metropolitana do Porto, o que se impõem com urgência é assegurar toda a informação aos utentes e repor carreiras, percursos e horários que têm sido suprimidos (ou incumpridos) desde o início desta nova operação.