Ainda não eram duas da tarde e muitos, vindos de todo lado, juntavam-se junto à ex Pide, no Porto, ora para colocar mais um simbólico cravo vermelho ao lado da estátua em homenagem a Virgínia Moura ora para "desembrulhar" o pano com as reivindicações concretas do seu local de trabalho ou de residência.
São assim as comemorações do 25 de Abril promovidas por várias organizações que, mais do que uma efeméride ou data simbólica, procuram nesta data valorizar as conquistas de Abril mas também dar expressão às lutas concretas por uma vida melhor, por um trabalho e salário dignos, contra a exploração, pelo cumprimento da Constituição, um dos mais belos textos da nossa literatura que continua tão actual.
Após as intervenções da União de Resistentes Antifascistas Portugueses e a deposição dos cravos vermelhos junto à entrada da ex Pide, homenageando todos os quanto desfiaram o regime fascista de Salazar, todos se organizaram por sector de actividade, por sindicato, por organização social ou política, por associação ou grupo de amigos, de forma mais ou menos formal, erguendo faixas e bandeiras e gritando, até à Avenida dos Aliados, palavras de ordem que nos fazem renovar forças neste Abril que é de esperança.
"25 de Abril Sempre, fascismo nunca mais!" é o mote, nunca esquecendo que celebrar e defender Abril é lutar por uma democracia política, económica, social e cultural. Celebrar e defender Abril é lutar por um país soberano, pela paz, contra a submissão às grandes potências, ao imperialismo e às ingerências externas, sejam de que tipo forem.
E Abril continuará já em Maio, no primeiro dia deste mês que é de luta, pela defesa dos trabalhadores, pelo direito ao emprego e ao emprego com direitos. Sim, agora vamos todos trabalhar para um grande 1º de Maio.