A Assembleia da República está a concluir a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2026. Um processo relativamente ao qual o PCP não tem ilusões quanto ao desfecho final, sendo certo que as opções erradas do governo PSD/CDS encontram respaldo nos seus eixos essenciais nas políticas defendidas pelo CH e IL, além de contarem com a conivência do PS, que anunciou previamente a sua abstenção.
Contudo, tal como anunciaram, os deputados comunistas intervêm com propostas concretas que visam garantir resposta a aspectos fundamentais da vida nacional. Nesse sentido, o Grupo Parlamentar do PCP apresentou, entre outras, uma proposta para a criação de um Plano de desenvolvimento do Metro do Porto, que foi aprovada, apesar dos votos contra do PSD e do CDS e da abstenção da IL.
A proposta do PCP aprovada define que o Governo, em 2026, dá início aos trabalhos de projecto e financiamento que garantam:
1. As condições para a concretização das linhas Rubi e Rosa nos prazos previstos garantindo uma justa compensação aos afectados por constrangimentos diversos decorrentes dos atrasos nas obras, designadamente os comerciantes;
2. As medidas necessárias para a correcção ao projecto da linha da Trofa para que toda a extensão seja feita em Metro “convencional”;
3. O financiamento necessário à concretização das linhas Maia II e São Mamede, cuja construção foi já várias vezes anunciada;
4. A planificação, projecto e financiamento para o desenvolvimento da rede Metro do Porto, integrando designadamente:
a. linha do Campo Alegre;
b. linha entre a Casa da Música e o Pólo da Asprela/Hospital São João;
c. ligação entre Fânzeres e a futura linha de Gondomar (Dragão-Souto).
Segundo a nota explicativa que suporta a proposta, a construção do Metro do Porto foi uma verdadeira revolução na mobilidade das populações da área metropolitana nos concelhos servidos por este meio de transporte.
O aumento da procura e a necessidade crescente de alargar e melhorar a oferta do Metro do Porto obriga a novos passos e medidas que projetem, para a próxima década, investimentos na rede.
Em desenvolvimento, neste momento, estão:
a) O projeto do BTR (Metrobus) da Boavista, com atrasos que impactam negativamente na vida da cidade;
b) PMO (Parque de Manutenção Operacional) de Vilar de Andorinho, associado à Linha Amarela, que servirá para a manutenção das novas viaturas que serão adquiridas para as linhas a criar;
c) Linha Rubi, com entrada em funcionamento anunciada até ao fim de 2026;
d) Linha Rosa, com atrasos vários, mas com entrada em funcionamento anunciada ainda para este ano de 2025.
Para lá destes projetos, estão ainda anunciados mais 4:
i) Linha da Trofa, de Metro “convencional” entre o ISMAI e o Muro e depois BTR até à estação da CP da Trofa (no entender do PCP, a solução mais correta seria o recurso ao Metro “convencional” em toda a extensão), segundo declarações públicas há financiamento garantido para este prolongamento no âmbito do PT2030 e previsão de conclusão até ao fim de 2028;
ii) Linha de Gondomar (Dragão – Souto), servindo importantes zonas de São Roque, Bairros de Cerco, Lagarteiro e Valbom, também com financiamento garantido no PT2030 e previsão de conclusão até ao fim de 2029;
iii) Maia II, entre a zona da Asprela e o centro da Maia, passando por Pedrouços, Águas Santas e Milheirós;
iv) Linha de São Mamede, entre a zona da Asprela e a estação da Senhora da Hora, passando por Guifões.
Além de não haver data prevista de conclusões, não há financiamento assegurado para a construção das linhas Maia II e São Mamede, pelo que neste momento não passam de declarações de intenções, há muito prometidas, cuja construção vai sendo sucessivamente adiada.
Mas, além destes 4 projectos essenciais, cujo financiamento integral ainda precisa ser assegurado, o PCP considera que é urgente planificar, projectar e garantir financiamento para o desenvolvimento de novas linhas e novas ligações, criando condições para se avançar no direito à mobilidade das populações da Área Metropolitana do Porto.
A aprovação deste Plano de desenvolvimento do Metro do Porto tem grande importância para a resposta a problemas de mobilidade na região, correspondendo a justos anseios das populações.
A DORP do PCP acompanhará ao longo de 2026 a sua concretização, apelando aos autarcas da região que intervenham no mesmo sentido junto do governo, para que não seja um qualquer “veto de gaveta” a continuar a adiar tão importantes investimentos.
Porto, 26 de Novembro de 2025
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP
