JCP

Qimonda - modelo de precariedade e exploração

Imprimir
Twitter
qimondaA Qimonda é uma multinacional de semi-condutores eléctricos situada em Vila do Conde (distrito do Porto) que emprega mais de 1700 trabalhadores, com uma média de idade de 26 anos. Nesta empresa, considerada “modelo” pelo governo do PS/Sócrates, 80% dos trabalhadores tem vínculos laborais precários e são sujeitos a um horário de trabalho desumano de 12 horas.
Desde 2006, os trabalhadores são diariamente sujeitos a um horário desumano de 12 horas de trabalho, uma alteração imposta pela empresa através de medidas repressivas e anti-democráticas, tais como inquéritos não anónimos (como forma de pressão) e despedimentos direccionados a quem não aceitou este horário. Lembramos que cerca de 70 trabalhadores que corajosamente resistiram a este horário foram alvo de um despedimento colectivo apenas uma semana depois da visita do primeiro-ministro a esta empresa, em que anunciou um investimento de 70 milhões de euros.

A vida pessoal e familiar destes trabalhadores é hoje gravemente afectada por um horário de trabalho intensivo, que agrava o risco de doenças profissionais e aprofunda a exploração com ritmos de trabalho desajustados.

Protegidos pelas políticas de direita do governo PS/Sócrates, o patronato sente as costas quentes e prossegue o ataque a importantes direitos como a Contratação Colectiva e tentam abrir o caminho para mais atropelos com as medidas gravosas de revisão do código do trabalho, entre as quais se encontra a desregulamentação dos horários, como já acontece na Qimonda e com resultados desastrosos na vida dos jovens trabalhadores que ai trabalham.

Cerca de 400 trabalhadores da Qimonda exerceram o seu direito à Greve no dia 5 de Junho de 2008 participando numa importante Jornada de Luta da CGTP-IN, demonstrando a sua capacidade de organização e luta. A JCP saúda esses trabalhadores e reafirma o seu empenho na denuncia deste atropelo aos direitos de quem trabalha.

A JCP, desde sempre, esteve e está solidária com a luta pelas 8 horas de trabalho destes jovens trabalhadores, bem como pelo aumento dos salários e vínculos laborais estáveis e afirma que só a luta é o caminho para garantir e conquistar direitos, combatendo estas políticas exploradoras.


Porto, 11 de Outubro de 2008
A Comissão Regional do Porto da JCP