
2.A maioria “Valentim Loureiro”, responsável pela gestão do Município nos últimos catorze anos, nada tem feito para corrigir os desequilíbrios ambientais existentes e garantir a sustentabilidade ambiental. Falta no nosso concelho uma política municipal de ambiente com estratégias definidas para inverter a política de degradação ambiental das últimas décadas.
3.As linhas de água que atravessam a área urbana continuam extremamente poluídas, com o leito assoreado e as margens sujas e desordenadas. Os investimentos na instalação do saneamento básico não têm sido devidamente aproveitados para inverter esta situação, porque se insiste em cobrar montantes exorbitantes e incomportáveis para o orçamento da maioria dos agregados familiares gondomarenses, em vez de se criarem incentivos que promovam as ligações das habitações às redes instaladas. A este propósito, a CDU de Gondomar reafirma a urgência em despoluir e requalificar os vales dos rios Tinto e Torto, aproveitando os fundos do QREN. Mas a poluição e o desordenamento afectam igualmente os rios Sousa, Ferreira e Inha e outras linhas de água que atravessam as freguesias do nosso concelho.
4.As próprias margens do rio Douro – com um potencial turístico capaz de alavancar a economia local e retirar Gondomar do estado de subdesenvolvimento em que se encontra – continuam desordenadas e abandonadas. Sucedem-se as épocas balneares e os areais do rio Douro, que são a praia possível para milhares de gondomarenses, continuam sujas e com “águas impróprias para banhos”.
5.A ocupação de solos não tem em consideração as respectivas aptidões de uso, mas sim a especulação imobiliária. A política urbanística municipal que vem sendo seguida incentiva pressões elevadas sobre áreas sensíveis do território o que, associado à cíclica calamidade dos fogos florestais, tem contribuído para a sua destruição acelerada. O nosso concelho não tem um parque urbano nem jardins dignos desse nome e os responsáveis autárquicos maltratam permanentemente a sua importante mancha florestal.
6.A Câmara de Gondomar não está suficientemente preocupada com a preservação da biodiversidade, da saúde humana e da qualidade do ar, da água e do solo, de modo a garantir o bem-estar social das populações e a sustentabilidade ambiental. Não ignoramos que há problemas ambientais no nosso concelho, designadamente a despoluição e gestão dos cursos de água, que exigem uma intervenção coordenada com os concelhos vizinhos para obter os resultados necessários. Mas também sabemos que a Câmara de Gondomar nada tem feito junto dos órgãos da Área Metropolitana do Porto e dos organismos desconcentrados da Administração Central para exigir essa coordenação.
7.Estando elaborado há mais de cinco anos um regulamento para a criação e instalação do Conselho Municipal do Ambiente, não se entende que a Câmara de Gondomar insista em o manter na “gaveta”, não o submetendo à aprovação da Assembleia Municipal. Assim como não se compreende que o Município de Gondomar não tenha um Plano de Acção Local para a Sustentabilidade (Agenda 21 Local) apesar dos valiosos contributos que poderiam ser retirados da Carta de Aalborg, da Declaração dos Presidentes de Câmara e Eleitos Locais sobre a Água, do Plano Estratégico de Ambiente do Grande Porto – “Futuro Sustentável” e de muitos outros estudos locais e regionais, que, sistematicamente, são metidos na “gaveta”.
8.Gondomar precisa urgentemente de uma política que corrija os problemas ambientais e os numerosos desequilíbrios que afectam a qualidade de vida dos gondomarenses (urbanísticos, paisagísticos, sociais e económicos) e preserve os recursos naturais e paisagísticos. Para que isso seja possível, é necessária uma efectiva disponibilização de meios financeiros ao nível dos orçamentos municipais mas, sobretudo, um Pelouro do Ambiente mais activo e interventivo, com um responsável que se preocupe em encontrar soluções para os problemas ambientais do concelho, em vez de andar entretido com a “vidinha”! Ou seja, é necessária outra política que a maioria “Valentim Loureiro”, o PSD e o PS nunca conseguirão concretizar, porque dão prioridade a outro tipo de interesses.
Gondomar, 19 de Agosto de 2008
A CDU/Gondomar