O Orçamento de Estado apresentado pelo governo PSD/CDS representa mais um violento ataque aos trabalhadores, ao povo, à região e ao país, que acrescentará mais injustiças, mais retrocesso, mais desemprego, mais fome e mais pobreza.
Contrariando o discurso do governo assente na mentira e propaganda, este orçamento afecta os mais desfavorecidos e continua a proteger os poderosos, o grande capital, a canalizar milhares de milhões de euros para os juros da dívida e para as negociatas das SWAP e das PPP`s. Um orçamento que assume as orientações do Pacto de Agressão (ao qual o PS continua amarrado), que corta cerca de 4000 milhões de euros nas funções sociais do Estado (Saúde, Educação e Segurança Social), em claro contraste com os 150 milhões de euros que se propõe ir buscar ao sector energético (mas que na prática serão suportados pelos consumidores, com mais aumentos na factura da energia).
Estando a região do Porto confrontada com estrangulamentos ao seu desenvolvimento, com a sua população crescentemente afectada pelo desemprego, pobreza, fome e exclusão social, a DORP do PCP alerta e denuncia que, caso este Orçamento e este Governo não sejam derrotados, os problemas serão agravados de forma dramática para os trabalhadores, os pensionistas e reformados, a juventude, os pequenos comerciantes e industriais.
Este caminho de desastre e afundamento não é inevitável nem invencível. É possível e necessário derrotar esta política e este Governo, com o protesto e a luta de todos os atingidos por estas políticas. É possível e necessário parar com o rumo de destruição nacional, com a unidade dos democratas e patriotas e a sua mobilização em torno dos valores e do projecto consagrado pela Constituição da República Portuguesa.
Num dos momentos mais difíceis da vida nacional, a DORP do PCP reafirma a sua confiança e determinação na luta por uma política patriótica e de esquerda, apelando às organizações do Partido e da JCP, aos trabalhadores e ao povo desta região para que contribuam para a intensificação e multiplicação da luta de massas e, particularmente, se empenhem na mobilização e êxito da “Marcha por Abril, contra a exploração e o empobrecimento” que, por iniciativa da CGTP-IN, atravessará a Ponte do Infante, partindo da Serra do Pilar (Gaia) em direcção à Avenida dos Aliados (Porto).
Porto, 17 de Outubro de 2013
O Executivo da DORP do PCP
Contra este Orçamento e esta política - Por uma grande manifestação no próximo sábado O Orçamento de Estado apresentado pelo governo PSD/CDS representa mais um violento ataque aos trabalhadores, ao povo, à região e ao país, que acrescentará mais injustiças, mais retrocesso, mais desemprego, mais fome e mais pobreza. Contrariando o discurso do governo assente na mentira e propaganda, este orçamento afecta os mais desfavorecidos e continua a proteger os poderosos, o grande capital, a canalizar milhares de milhões de euros para os juros da dívida e para as negociatas das SWAP e das PPP`s. Um orçamento que assume as orientações do Pacto de Agressão (ao qual o PS continua amarrado), que corta cerca de 4000 milhões de euros nas funções sociais do Estado (Saúde, Educação e Segurança Social), em claro contraste com os 150 milhões de euros que se propõe ir buscar ao sector energético (mas que na prática serão suportados pelos consumidores, com mais aumentos na factura da energia).
A DORP do PCP reuniu para analisar os resultados das eleições autárquicas do passado dia 29 de Setembro e, no quadro das conclusões do Comité Central do passado dia 1 de Outubro, avaliou as suas repercussões na região e no país. Procedeu ainda à avaliação do desenvolvimento da luta de massas e das exigências dela resultante na acção da organização partidária e fixou as tarefas e direcções de trabalho essenciais com vista à dinamização da actividade do Partido e ao seu reforço.
I
Na região e no país: uma importante vitória eleitoral da CDU
1. A DORP do PCP sublinha a importância da vitória eleitoral da CDU obtida nas eleições do passado domingo. Uma vitória da confiança e da esperança sobre a desilusão e o conformismo, inseparável da luta dos trabalhadores e do povo, comprovando que está nas suas mão, e também no seu voto, a possibilidade de, com o apoio à CDU, juntar vontades e energias indispensáveis a uma empenhada e confiante intervenção na luta por um País mais justo, desenvolvido e soberano. Um resultado que dá mais força e confiança na luta para derrotar o rumo de desastre imposto pela política de direita e para abrir perspectivas de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
A vitória eleitoral da CDU traduz-se no importante progresso e avanço eleitoral que fazem da CDU, a única força política que, no país, obteve mais votos, mais percentagem e mais maiorias, dá continuidade à sólida e sustentada progressão da CDU na vida política nacional, e testemunha a ampla corrente de apoio e confiança de um número crescente de portugueses e portuguesas.
2. A CDU alcança no distrito do Porto um resultado de grande significado, sendo a única força política que cresce em número de votos e em número de eleitos para os 3 órgãos.
No distrito, a CDU obtém mais 6500 votos e mais 4 vereadores nas Câmaras Municipais. Nas Assembleias Municipais reforça a sua votação em 6845 votos, passando de 19 para 30 eleitos. Nas Assembleias de Freguesia obteve mais 9600 votos, passando de 77 para 102 mandatos.
A eleição de 5 vereadores, mais 11 membros de Assembleias Municipais e mais 25 membros de Assembleias de freguesia traduz um claro reconhecimento da intervenção da CDU nas autarquias, do seu percurso de trabalho, honestidade e competência, de dedicação aos interesses da população e à causa pública. Reflecte ainda o apoio a quem nunca se resignou perante a ofensiva da política de direita e do pacto de agressão, o reconhecimento daqueles que não aceitaram nem aceitam a extinção de mais de uma centena de juntas de freguesia no nosso distrito, assim como de outros serviços públicos.
A eleição de vereadores em cinco concelhos da área metropolitana do Porto (Porto, Matosinhos, Gondomar, Valongo e Maia), o previsível reforço de posições na Assembleia Metropolitana do Porto, a recuperação de representação municipal na Trofa e as vitórias alcançadas na Junta de Freguesia de Parada de Todeia e na União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, consagram a CDU como uma força que conta no poder local da região.
A não eleição de um Vereador em Vila Nova de Gaia (num contexto de aumento da percentagem de votos da CDU no concelho), não esconde o reforço alcançado na Assembleia Municipal (com a conquista de mais um mandato, de 2 para 3) e o muito significativo aumento da votação e mandatos nas Assembleias de Freguesia em quase todo o concelho.
A perda dos eleitos municipais em Amarante e Lousada (por via da diminuição do número de membros das respectivas Assembleias) e a não conquista da União de Freguesias da Livração (apesar do aumento do número de votos) não coloca em causa a importância do resultado obtido no distrito ou em cada um destes concelhos.
Cada posição agora conquistada, cada um dos quase duzentos mandatos alcançados pela CDU no distrito, constituirão elementos promotores de mais trabalho, intervenção e inteira entrega na defesa dos interesses das populações, na promoção das condições de vida local e na luta por um Portugal mais justo e desenvolvido.
3. A expressiva derrota que o PSD e CDS tiveram no país, foi igualmente significativa na região. Os partidos que sustentam o governo perderam cerca de 150 mil votos e 10 vereadores nas Câmaras Municipais, perderam ainda mais de 130 mil votos e 48 eleitos nas Assembleias Municipais e 118 mil votos e 616 eleitos nas Freguesias. Um claro voto de reprovação das opções políticas deste governo e das suas consequências na região e em cada um destes concelhos.
O PS, que “canta vitória” também no distrito, teve uma redução superior a 22 mil votos para as Câmaras Municipais, perdeu 35800 votos e 7 eleitos nas Assembleias Municipais, perdeu ainda mais de 117 mil votos e 428 eleitos nas freguesias. Resultados que demonstram que, apesar dos esforços para tentar apresentar-se com um discurso de oposição e distanciamento do governo, os seus eleitores face, não apenas ao seu percurso governativo num passado recente, mas também, e sobretudo, face ao seu comprometimento com o Pacto de Agressão e os eixos essenciais da política do actual governo, deixaram de se rever na política praticada pelo PS.
Regista-se ainda uma nova erosão eleitoral do BE, com um número residual de mandatos.
4. Merece particular destaque nesta votação, no quadro de um significativo aumento da abstenção e da ofensiva ideológica dirigida contra os partidos e os políticos, a CDU ter crescido em número de votos, desmentindo, pelo seu percurso de trabalho, honestidade e competência, a ideia difundida de que «os partidos são todos iguais».
As votações obtidas por listas de cidadãos eleitores (as chamadas listas de independentes), designadamente as vitórias alcançadas no Porto e em Matosinhos, não sendo novidade no panorama regional, não podem ser analisadas sem ter em consideração os interesses económicos que lhe estão associados e que realmente representam. Tanto nestes dois casos, como em outros verificados no distrito, quem ganhou não foram os cidadãos nem os interesses das populações, mas sim listas apoiadas e comprometidas com grupos económicos, banqueiros e interesses distintos dos interesses das populações que os elegeram.
Os resultados, e sobretudo a corrente de apoio às nossas propostas e intervenção, a expressiva participação de jovens, e em particular de centenas de independentes que no distrito fizeram da CDU um espaço de convergência unitária e de participação democrática, são um sólido elemento de confiança para as batalhas políticas e eleitorais futuras que continuaremos a travar por uma vida melhor.
II
Intensificar a luta pela demissão do governo, por uma mudança de políticas na região e no país
1. Intensificar a luta dos trabalhadores e da população é o caminho face à continuada degradação da situação económica e social e ao aprofundamento da crise política e institucional. Tal como o país, também a região sofre com as consequências da subscrição por PS, PSD e CDS com o FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu do «memorando de entendimento» /Pacto de Agressão, que torna não só urgente como indispensável a demissão do governo e a realização de eleições antecipadas, enquanto condições para a ruptura com a política de direita e a concretização de uma política e um governo patrióticos e de esquerda, que afirme e projecte os valores de Abril no futuro de Portugal.
2. A recente decisão do Tribunal Constitucional, que confirma a inconstitucionalidade das limitações de propaganda impostas pelo regulamento municipal da cidade do Porto, atesta da justeza da luta desenvolvida pelo PCP ao longo dos últimos anos – mesmo perante a passividade ou cumplicidade de outros partidos que se reclamam de esquerda – além de representar a última derrota política do presidente de Câmara cessante e a primeira derrota política do novo presidente de Câmara que tem como “número 2” um ex-vereador de Rui Rio que assinou vários despachos a aplicar milhares de euros de coimas ao PCP, cuja nulidade agora se confirma.
Este Acórdão do TC deverá servir de exemplo para outros municípios que, como é o caso de Valongo, procuram impor as mesmas limitações à liberdade de expressão política.
Num quadro de generalização da ofensiva aos direitos, liberdades e garantias, quando a Constituição é permanentemente atacada e posta em causa por governantes e outros responsáveis políticos, a sua defesa, divulgação e cumprimento são tarefas que os comunistas devem assumir como prioritárias.
3. A DORP do PCP expressa a sua preocupação com a forma como está a ser gerido o Centro de Produção do Norte da RTP, com mais um anúncio, não desmentido, de transferência de um programa importante para Lisboa, que reacendeu as preocupações e parece evidenciar aquilo que os trabalhadores do Centro de Produção do Norte (tal como o PCP) têm vindo a alertar: esvaziamento da RTP-Porto para posterior encerramento.
Esta decisão desmente a promessa do governo de concentrar no Centro de Produção do Norte a produção de todos os conteúdos do canal 2, além de corresponder à estratégia de desmantelamento do serviço público de rádio e televisão, tal como o já anunciado fim da indemnização compensatória que, no caso da Agência Lusa, pode levar a despedimentos na delegação do Porto.
4. Numa estratégia de “fuga para a frente” o governo anunciou agora um reforço de verbas dos fundos comunitários a serem geridos "pelo Norte", mais 666 milhões de euros. A DORP do PCP considera que este reforço é necessário, mas insuficiente por si só para superar estrangulamentos e alavancar o investimento (público e privado) capaz de assegurar o crescimento económico necessário.
Para além de importar esclarecer a quem compete a gestão dos fundos disponíveis, importa também garantir que estes sejam efectivamente utilizados na resolução dos problemas das populações, algo que, manifestamente, não se tem verificado.
O que o governo PSD/CDS esconde – e o PS também não quer que se saiba – é que por incompetência e má governação, no período 2007/2012 o Programa Operacional do Norte não usou mais de 900 milhões de euros que tinha disponíveis, tendo neste período (que envolve governos da responsabilidade do PS e do PSD/CDS) tido uma taxa de execução próxima dos 60%. Apesar da propaganda do governo, os principais problemas continuam por resolver sem que os meios disponíveis sejam aproveitados.
4. A manobra propagandística de proclamação de um «novo ciclo» e «um novo governo» que sectores do grande capital e dos interesses dominantes ensaiaram – sustentada em ilusórios e infundados sinais de uma «retoma económica» – está desmentida não só pela realidade nacional como pelo confirmado rumo de afundamento económico, de agravamento da exploração e empobrecimento do País e dos portugueses que o governo visa prosseguir com o Orçamento do Estado para 2014.
A DORP do PCP sublinha o papel decisivo que a luta dos trabalhadores e do povo assumirá na defesa dos direitos e na resistência de liquidação de conquistas sociais e de assalto aos rendimentos do povo, na inadiável derrota do governo e na criação de condições para abrir caminho a uma política patriótica e de esquerda.
A DORP do PCP apela à intensificação e diversificação da luta dos trabalhadores e do povo e salienta a importância da acção nacional de luta convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 19 de Outubro, a «Marcha Por Abril, contra a exploração e o empobrecimento» com uma marcha entre Gaia e o Porto, passando pela Ponte do Infante até à Avenida dos Aliados. Mais do que nunca é nas mãos dos trabalhadores, na sua acção e na sua luta que reside a possibilidade de derrotar a actual ofensiva, demitir o governo e levar à convocação de eleições antecipadas.
III
Reforçar e dinamizar a organização partidária
1. A DORP do PCP destaca e saúda a elevada intervenção dos militantes e organizações do Partido na concretização do vasto e exigente conjunto de tarefas a que foram chamados a responder nos últimos meses. Uma intervenção que esteve à altura das responsabilidades do Partido na dinamização e desenvolvimento da luta, na preparação e construção da intervenção da CDU nas eleições autárquicas que agora se realizaram, no erguer dessa realização maior que é a Festa do Avante!, na promoção de inúmeras iniciativas integradas nas comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal, no trabalho de reforço orgânico do PCP.
2. No quadro da concretização das conclusões do XIX Congresso do PCP, da X Assembleia de Organização Regional do Porto e da necessária resposta que a situação com que estamos confrontados, a DORP do PCP destaca como tarefas da maior importância:
A intervenção com vista à ampliação, dinamização e diversificação da luta dos trabalhadores e das populações, a par do fortalecimento do movimento sindical unitário e das organizações e movimentos de massas;
a acção geral de reforço do Partido, com particular atenção ao trabalho junto das empresas e locais de trabalho, a dinamização das organizações de base, a responsabilização dos quadros, o recrutamento dirigido quer aos que se destacam no desenvolvimento da luta, quer aos milhares de pessoas sem filiação partidária que integraram as listas da CDU;
o prosseguimento das comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal onde avultam o Congresso «Álvaro Cunhal, o projecto comunista e o mundo de hoje», a realizar em Lisboa a 26 e 27 de Outubro na Faculdade de Letras de Lisboa, e a exposição «Álvaro Cunhal, vida, pensamento e luta – exemplo que se projecta na actualidade e no futuro», patente na Alfandega do Porto de 30 de Novembro a 15 de Dezembro.
o reforço do trabalho unitário e de alargamento da acção convergente com milhares de democratas e patriotas que aspiram a uma ruptura com a política de direita;
a intervenção no quadro da instalação dos órgãos autárquicos assegurando, de acordo com os princípios gerais da acção dos eleitos comunistas no poder local, as condições para a afirmação do projecto autárquico e o prosseguimento do trabalho, honestidade e competência reconhecidos à CDU, quer em situações de maioria ou de minoria;
Porto, 4 de Outubro de 2013
A Direcção da Organização Regional do Porto do PCP
A DORP do PCP reuniu para analisar os resultados das eleições autárquicas do passado dia 29 de Setembro e, no quadro das conclusões do Comité Central do passado dia 1 de Outubro, avaliou as suas repercussões na região e no país. Procedeu ainda à avaliação do desenvolvimento da luta de massas e das exigências dela resultante na acção da organização partidária e fixou as tarefas e direcções de trabalho essenciais com vista à dinamização da actividade do Partido e ao seu reforço.
I. Na região e no país: uma importante vitória eleitoral da CDU
1. A DORP do PCP sublinha a importância da vitória eleitoral da CDU obtida nas eleições do passado domingo. Uma vitória da confiança e da esperança sobre a desilusão e o conformismo, inseparável da luta dos trabalhadores e do povo, comprovando que está nas suas mão, e também no seu voto, a possibilidade de, com o apoio à CDU, juntar vontades e energias indispensáveis a uma empenhada e confiante intervenção na luta por um País mais justo, desenvolvido e soberano. Um resultado que dá mais força e confiança na luta para derrotar o rumo de desastre imposto pela política de direita e para abrir perspectivas de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
O distrito do Porto vive há muito uma profunda crise económica e social, crise que se agravou com o memorando de entendimento/pacto de agressão.
O tecido produtivo, designadamente as indústrias transformadoras, vem sofrendo um verdadeiro abate com o número de empresas a diminuir de forma brutal.
Entre 2004 e 2006 essa diminuição foi de 12% e entre 2006 e 2010 foi de 23,8%, sendo estes os últimos dados publicados pelo INE.
Sublinhe-se que há concelhos onde essa redução foi avassaladora entre eles Baião com 22,8% no primeiro período, Gondomar com16,1% e 27,1% em cada um dos períodos respectivamente, Maia com 25% no segundo período, Matosinhos com 15,9% e 35,7%, Porto com 14,9% e 37,1%, Póvoa de Varzim com 25,6% no segundo período e Vila Nova de Gaia com 11,8% e 29,5%.
Isto não surgiu por acaso.
Muitas dessas empresas localizavam-se em terrenos que se tornaram apetecíveis para a especulação imobiliária em tempos que as politicas municipais a esta se subordinaram.
Por outro lado, a grande maioria destas empresas é de micro, pequena e média dimensão, 99,92%, logo muito dependentes do mercado interno pelo que com a quebra do poder de compra da generalidade dos portugueses, mais acentuada nos últimos anos, não puderam deixar de sofrer as consequências no que respeita ao seu mercado.
Causa relevante nesta crise foi a discriminação negativa do distrito em termos de investimento público por parte dos últimos governos conforme o atestavam os sucessivos PIDDAC, documento entretanto desaparecido sempre em nome de uma transparência cada vez mais opaca. Mesmo aquilo que constava dos PIDDAC, em montante inferior à média do país, ficava longe do seu cumprimento como o atesta o repetidamente prometido alargamento da rede da Metro do Porto mas que, na maioria dos casos, não passou de promessas feitas com pompa e circunstância.
A destruição do aparelho produtivo e a discriminação negativa do distrito em termos de investimento público não puderam deixar de se reflectir no Produto Interno Bruto (PIB) desta região.
Estando os dezoito concelhos do distrito distribuídos por 3 NUT III, Grande Porto, Ave e Tâmega, verificamos, segundo os dados do EUROSTAT, que o PIB do Grande Porto passou de 115,6% da média nacional em 1995 para101,3% em 2009, o do Ave de 81,1% para 71,5% e do Tâmega de 50% para 55,1% continuando esta sub-região a ser a segunda mais pobre do país. Estes dados mostram de forma inequívoca um processo de empobrecimento do distrito em desenvolvimento há muitos anos.
Este descalabro está a provocar consequências sociais dramáticas.
O desemprego constitui um flagelo social de enormes proporções atingindo 23%, cerca de mais 5% acima da média nacional.
Sublinhe-se que com as políticas decorrentes do memorando de entendimento/pacto de agressão entre Junho de 2011 e o mesmo mês deste ano o número de inscritos nos centros de emprego aumentou no distrito 30,7%.
Por tudo isto alastra a pobreza voltando a surgir a sopa dos pobres que caracterizou uma época negra da nossa história.
Considerando o Rendimento Social de Inserção um indicador de pobreza constatamos que o número de beneficiários no distrito representa 28,2% do total nacional sendo que a proporção da população é de apenas 17,2%. Isto é, há muito mais pobreza no distrito do que na média do país.
Este rumo de desastre tem de ser travado com toda a urgência.
O distrito tem potencialidades, importa aproveitá-las.
Tem importantes infra-estruturas, tais como o Porto de Leixões, o Aeroporto do Porto, a Refinaria da Petrogal, o porto de pesca de Matosinhos, o rio Douro e vias rodoviárias e ferroviárias que permitem a ligação a outros centros. Dispõe, ainda, de instituições do ensino superior de grande prestígio que contribuem para a formação de quadros altamente qualificados. Tem, também, trabalhadores com assinalável know-how em qualquer um dos sectores da economia.
Mas apesar de tudo isto a emigração voltou a ser o destino de muitos milhares de habitantes do distrito só que desta vez também de jovens altamente qualificados o que significa o desperdício do investimento feito na sua formação a favor de países com muito maiores possibilidades económicas.
É perante esta realidade que o investimento assume maior importância porque dele resulta mais crescimento económico e emprego.
Ora, sendo diminuto o investimento privado assume maior importância o investimento público que pode constituir o motor daquele.
É urgente que tal aconteça para este declínio do distrito se inverta.
Aproxima-se a definição do QREN para o período 2014-2020.
O distrito do Porto não pode continuar a ser discriminado, os projectos devem contemplar infra-estruturas, equipamentos colectivos, a dinamização e modernização do tecido empresarial, designadamente das PME’s e a sua concretização deve ser uma realidade, não repetindo o desaproveitamento de verbas que poderá acontecer com o actual quadro comunitário.
Mas para além das verbas do QREN é urgente que o governo PSD/CDS-PP dinamize o investimento público no distrito do Porto. A situação económica e social cada vez mais grave assim o exige, permitindo a criação de riqueza e de emprego numa região há muito em processo de empobrecimento.
Entre os investimentos de que o distrito necessita, alguns deles prometidos e anunciados há vários anos, podem referir-se os seguintes:
- Alargamento da rede do Metro do Porto conforme programa previsto
- Modernização das linhas ferroviárias Porto-Vigo, do Douro e de Leixões
- Construção do IC 35
- Requalificação da Estrada da Circunvalação
- Requalificação do Mercado do Bolhão
- Recuperação urbana em especial dos Centros Históricos do Porto e de Gaia
- Construção dos centros hospitalares de Gaia-Espinho e de Póvoa de Varzim-Vila do Conde
- Construção dos Centros de Saúde anunciados
- Reabilitação de escolas que não foram contempladas em outros programas
- Reabilitação de instalações das forças de segurança
- Contribuição para a resolução de problemas de abastecimento de água e saneamento básico que ainda existem em alguns concelhos do distrito
O empobrecimento do distrito do Porto não é uma fatalidade, antes é uma consequência das opções políticas dos sucessivos governos sejam do PS ou do PSD/CDS-PP.
Acima dos interesses e ditames da troika internacional e dos subscritores do memorando de entendimento/pacto de agressão estão os interesses de um distrito e da sua população que há muito vêm sofrendo.
É urgente a inversão deste rumo de desastre. A ruptura com o pacto de agressão e a política de direita que o suporta é fundamental para a melhoria da qualidade de vida da população do distrito do Porto e do país.
31.08.2013
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP
O distrito do Porto vive há muito uma profunda crise económica e social, crise que se agravou com o memorando de entendimento/pacto de agressão. O tecido produtivo, designadamente as indústrias transformadoras, vem sofrendo um verdadeiro abate com o número de empresas a diminuir de forma brutal. Entre 2004 e 2006 essa diminuição foi de 12% e entre 2006 e 2010 foi de 23,8%, sendo estes os últimos dados publicados pelo INE. Sublinhe-se que há concelhos onde essa redução foi avassaladora entre eles Baião com 22,8% no primeiro período, Gondomar com16,1% e 27,1% em cada um dos períodos respectivamente, Maia com 25% no segundo período, Matosinhos com 15,9% e 35,7%, Porto com 14,9% e 37,1%, Póvoa de Varzim com 25,6% no segundo período e Vila Nova de Gaia com 11,8% e 29,5%.
A CDU inicia neste fim-de-semana uma jornada de afirmação e esclarecimento, em todo país, sobre o projecto da Coligação Democrática Unitária, no quadro da eleições autárquicas de 29 de Setembro. Desta jornada constará um documento de contacto com a população, cartazes e outdoors, bem como o lançamento do sítio na internet:www.cdu.pt/2013.
No Porto serão realizadas acções de contacto com a população em todos os concelhos do distrito.
A CDU inicia neste fim-de-semana uma jornada de afirmação e esclarecimento, em todo país, sobre o projecto da Coligação Democrática Unitária, no quadro da eleições autárquicas de 29 de Setembro. Desta jornada constará um documento de contacto com a população, cartazes e outdoors, bem como o lançamento do sítio na internet:www.cdu.pt/2013. No Porto serão realizadas acções de contacto com a população em todos os concelhos do distrito.